September 30, 2020
Photo by Jacob Bentzinger on Unsplash
Ao longo da história, a humanidade precisou se isolar inúmeras vezes. Com isso, muitas mudanças aconteceram no estilo de vida das pessoas, o que colocou à prova o funcionamento social de muitas gerações. Desde março, vivemos o isolamento social e a solidão decorrente dele tem afetado a saúde física e mental. Mesmo assim, tentamos seguir a vida e resistir, e para isso contamos com a ajuda da psicologia. Felizmente somos uma espécie majoritariamente resiliente, apta a se adaptar a adversidades e tirar lições delas.
Também temos tecnologia para nos ajudar. É graças a ela que tantas pessoas encontram algum conforto diante desse distanciamento. Nada substitui uma conversa descontraída, um abraço, mas sabe-se que a eficácia das conexões sociais também se dá através de contatos telefônicos, vídeo chamadas, mensagens de texto, entre outros. Para uma boa saúde mental as trocas afetivas funcionam como reguladores do equilíbrio do organismo e, portanto, como mediadores da adaptação com o ambiente. Somos seres em que as relações sociais – interpessoais constituem nosso habitat natural, ou seja, o ambiente social fortifica o cérebro social. Portanto apego familiar, estar com amigos, participar de atividades ocupacionais e lazer são fundamentais.
Atividade física, exercícios físicos e a música também são aliados da saúde mental. A maioria das pessoas sente prazer com a música. Ouvir e fazer música, e isso inclui cantar, têm sido associadas a inúmeros resultados positivos dentro da saúde e do bem estar. Há evidências de que a música está associada à diminuição do componente excitatório fisiológico provocado pelo estresse. Essa diminuição foi demonstrada através da redução de níveis de cortisol (o chamado hormônio do estresse), queda dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.
A música também modifica os estados emocionais provocados pelo estresse, que podem ser atribuídos a um efeito em regiões cerebrais como a amígdala. Portanto, a música auxilia na promoção de saúde quando atua no componente psicológico do estresse e de estados emocionais como preocupação, ansiedade, inquietação e nervosismo. Outros estudos mostram que o sistema de recompensa do cérebro humano é fundamental para as experiências prazerosas. Áreas cerebrais do estriado dorsal e ventral liberam dopamina (neurotransmissor relacionado com o humor e o prazer) ao ouvirem uma música agradável.
Adversidades e estresse fazem parte da vida e mesmo com o distanciamento social há formas de lidar melhor com ela. Por isso, o fortalecimento das conexões e a busca de atividades prazerosas como a música são ótimos mecanismos para melhorar a saúde e sentir bem estar.
Por: Lilian Hupfeld, Médica do Time de Saúde da Alice
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